Jeferson
André Saheki Skulski, João Alberto Goes Brandão e Cláudio Rogério Carneiro
Fernandes foram detidos por militares em cumprimento de prisão preventiva
As prisões
aconteceram em Poços de Caldas, depois que a Justiça expediu mandados de prisão
preventiva contra o trio. Eles foram levados para a delegacia e, em seguida,
para uma penitenciária da região.
De acordo
com a Polícia Civil, Jeferson André Saheki Skulski, João Alberto Goes Brandão e
Cláudio Rogério Carneiro Fernandes foram detidos por militares. Os três são
acusados pela morte de Paulo Lourenço Alves, de 41 anos, em janeiro de 2001.
Segundo a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o atestado de
óbito consta que a vítima morreu por causa de um hematoma cerebelar e
hipertensão arterial. Porém, no prontuário não consta o laudo de exame que
comprova a morte cerebral. Mesmo assim, o paciente teve rins e córneas
extraídas.
Os três
médicos foram levados para a delegacia onde foi cumprido o mandado. Depois,
eles foram levados para uma penitenciária. A Polícia Civil não soube dizer em
qual cadeia irão ficar.
Pelo menos
nove casos são investigados pela polícia, referente à morte, remoção e tráfico
dos órgãos em Minas Gerais com autoria da quadrilha. Outras sete mortes e
procedimentos de transplante aguardam julgamento. O esquema, que consistiria em
tratar com descaso proposital vítimas de traumatismo craniano e acidentes
vasculares cerebrais, teria rendido até R$ 200 mil por mês aos envolvidos.
De acordo
com um dos processos, pacientes eram mantidos em condições inadequadas de
tratamento até que seu quadro se tornasse irreversível. Nesse estágio, segundo
indicam as apurações, eram mandados para a unidade de terapia intensiva, a fim
de manter em funcionamento os órgãos que interessavam ao grupo, definido na
sentença em termos como “organização” e “máfia”. Conseguida a autorização para
doação, rins, córneas, coração e fígado eram encaminhados a médicos “dos estado
vizinho de São Paulo ou remetidos a Belo Horizonte”, ignorando a fila única de
transplantes e com cobrança irregular.
Caso Pavesi
O julgamento
dos médicos acusados de matar e remover os órgãos do garoto Paulo Veronesi
Pavesi, de 10 anos, que caiu do prédio onde morava, em abril de 2000, em Poços
de Caldas, no Sul de Minas, foi adiado. O júri aconteceria em 11 de março no 1º
Tribunal do Júri, em Belo Horizonte. Porém, o Tribunal de Justiça de Minas
Gerais (TJMG) acatou o pedido de liminar de um dos réus. Os advogados
argumentaram que um dos depoimentos previstos seria ilegal.
O pedido de
liminar foi feito nessa segunda-feira. Os advogados do nefrologista Álvaro
Ianhez, um dos réus do processo, alegou que a videoconferência que seria realizada
com o pai do menino, que atualmente mora em Londres, na Inglaterra, seria
ilegal. O depoimento seria feito através do Skype, o que os defensores
consideraram “completa revelia dos meios legais de prova e afronta à plenitude
da defesa”.
O desembargador
Flávio Batista Leite, relator do processo, acatou o pedido. Ainda não há data
para o julgamento.