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terça-feira, 10 de março de 2015

Lista de políticos na ‘Lava Jato’ terá efeito nas eleições de 2016 e 2018


Depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter autorizado a investigação de 50 pessoas – 48 políticos e dois operadores – citados na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, lideranças políticas de Minas já admitem a influência dos desdobramentos da operação “Lava Jato” nas costuras de alianças e de nomes para as eleições de 2016 e 2018. De acordo com elas, ficará “mais difícil” formatar composições com os partidos envolvidos. Além disso, os nomes citados por Janot sofrerão resistências.

Algumas legendas que não foram envolvidas na “Lava Jato” já admitem alianças com partidos que também ficaram de fora das investigações. É o caso do PSB. O PP, que teve o maior número de parlamentares citados será, segundo lideranças partidárias, a sigla mais afetada. “O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), investigado por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, disse que o Partido Progressista “acabou”.

Em Minas Gerais, um tucano que participa das articulações internas da legenda afirma que o senador Antonio Anastasia (PSDB) não será atingido, em 2016, pela repercussão negativa com a inclusão de seu nome na lista. Poderia ter algum desgaste em 2018.

Isto porque, segundo o tucano, o PSDB já havia desistido de seu nome para concorrer à Prefeitura de Belo Horizonte. Anastasia estaria nos planos do senador Aécio Neves (PSDB) para tentar recuperar o governo estadual, em 2018.

As denúncias, oriundas dos inquéritos no STF, devem ser apresentadas daqui a cerca de um ano e meio e o julgamento poderá coincidir com o período eleitoral de 2018, segundo juristas.

“A questão da PGR contra Anastasia é frágil e acreditamos que será elucidada antes das próximas eleições para o governo de Minas. Agora, o aparecimento do nome dele enfraquece a gente no dia a dia, dá munição para o PT fazer críticas”, conta.

Quanto às coligações, o parlamentar acredita que, no plano nacional, o PP poderá vir a romper com a base da presidente Dilma Rousseff (PT). O presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, não foi encontrado para tratar do assunto.

Além do ex-governador de Minas, o outro mineiro incluído na lista de Janot é o deputado federal Luiz Fernando Faria (PP). A reportagem tentou contato com a presidência estadual do PP, mas não obteve retornos.

Já para o PSB, que não apareceu na lista da PGR, em Minas, Anastasia sofreria danos à imagem, caso dispute a PBH. “É natural, pelo momento, ele ficar fora do quadro para a disputa da PBH”, disse o deputado federal Júlio Delgado. “Nossa prioridade é ficar com o PPS e o PV. O PP ficou muito marcado, têm 48% dos deputados e senadores que serão investigados e o PMDB também está muito marcado”, acrescentou.

Nos bastidores do PT, há o temor de reflexos em candidaturas municipais, pelos governos e Presidência da República. “Não foi atingida a instituição PT, foram nomes”, disse a presidente estadual da legenda, Cida de Jesus.

Para o vice-governador Antônio Andrade (PMDB), a “Lava Jato” não altera as discussões em Minas.