Algumas
legendas que não foram envolvidas na “Lava Jato” já admitem alianças com
partidos que também ficaram de fora das investigações. É o caso do PSB. O PP,
que teve o maior número de parlamentares citados será, segundo lideranças
partidárias, a sigla mais afetada. “O deputado federal Jerônimo Goergen
(PP-RS), investigado por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na
Petrobras, disse que o Partido Progressista “acabou”.
Em Minas
Gerais, um tucano que participa das articulações internas da legenda afirma que
o senador Antonio Anastasia (PSDB) não será atingido, em 2016, pela repercussão
negativa com a inclusão de seu nome na lista. Poderia ter algum desgaste em
2018.
Isto porque,
segundo o tucano, o PSDB já havia desistido de seu nome para concorrer à
Prefeitura de Belo Horizonte. Anastasia estaria nos planos do senador Aécio
Neves (PSDB) para tentar recuperar o governo estadual, em 2018.
As
denúncias, oriundas dos inquéritos no STF, devem ser apresentadas daqui a cerca
de um ano e meio e o julgamento poderá coincidir com o período eleitoral de
2018, segundo juristas.
“A questão
da PGR contra Anastasia é frágil e acreditamos que será elucidada antes das
próximas eleições para o governo de Minas. Agora, o aparecimento do nome dele
enfraquece a gente no dia a dia, dá munição para o PT fazer críticas”, conta.
Quanto às
coligações, o parlamentar acredita que, no plano nacional, o PP poderá vir a
romper com a base da presidente Dilma Rousseff (PT). O presidente estadual do
PSDB, Marcus Pestana, não foi encontrado para tratar do assunto.
Além do
ex-governador de Minas, o outro mineiro incluído na lista de Janot é o deputado
federal Luiz Fernando Faria (PP). A reportagem tentou contato com a presidência
estadual do PP, mas não obteve retornos.
Já para o PSB,
que não apareceu na lista da PGR, em Minas, Anastasia sofreria danos à imagem,
caso dispute a PBH. “É natural, pelo momento, ele ficar fora do quadro para a
disputa da PBH”, disse o deputado federal Júlio Delgado. “Nossa prioridade é
ficar com o PPS e o PV. O PP ficou muito marcado, têm 48% dos deputados e
senadores que serão investigados e o PMDB também está muito marcado”,
acrescentou.
Nos
bastidores do PT, há o temor de reflexos em candidaturas municipais, pelos
governos e Presidência da República. “Não foi atingida a instituição PT, foram
nomes”, disse a presidente estadual da legenda, Cida de Jesus.
Para o
vice-governador Antônio Andrade (PMDB), a “Lava Jato” não altera as discussões
em Minas.