No Brasil, 48 milhões de pessoas são vítimas de zumbido
A sonoridade em salas de cinema e o uso frequente de celulares e fones
no volume máximo são algumas das situações cotidianas e atuais que colocam a
audição em risco.
Nem sempre é possível o som entrar por um ouvido e sair pelo outro,
como diz o ditado popular. Os médicos atestam que não adianta fazer ouvido de
mercador, pois a exposição sonora excessiva pode trazer problemas graves.
Nos consultórios, há um aumento na procura de pessoas que sofrem com
hipersensibilidade auditiva e zumbidos. “Como os celulares são equipamentos
relativamente recentes, não temos muitas pesquisas científicas que comprovem os
malefícios.
Mas é certo que as ondas
eletromagnéticas influenciam a saúde dos ouvidos. O abuso no uso do celular e
do fone expõem as pessoas ao excesso de som. A longo prazo, poderá ocorrer um
comprometimento da audição”, afirma a otorrinolaringologista da Rede Mater Dei,
Elizabeth Camargo Negri Flores.
Levantamento da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação
do Zumbido (Apidiz), em parceria com o Instituto Ganz Sanchez, mostra que, no
Brasil, há cerca de 48 milhões de pessoas com zumbido no ouvido.
O número representa crescimento de 71,4% em relação aos 28 milhões
estimados há quase 20 anos. “O aumento do nível de poluição sonora e a demanda
reprimida, pois muitas pessoas desconheciam a existência desses transtornos,
são as causas do aumento na procura dos consultórios”, diz Elizabeth.
Os problemas auditivos podem ser causados por infecções, exposição
excessiva ao ruído e também pelo consumo de algumas substâncias, que excitam os
neurônios na via auditiva. “O consumo de café, bebidas à base de coca,
chocolates e alguns medicamentos deve ser evitado”, alerta a médica.
Os zumbidos também podem ser sintoma de alguma doença de base, como
diabetes, hipertensão, doenças de tireoide e de colágeno, como as escleroses
múltiplas.