A Polícia
Civil conseguiu, após 16 dias, desvendar as mortes do taxista Natanael José
Landim, de 44 anos, e da filha dele, Gabriela de Souza Landim, de 5 anos, que
chocou os moradores de Bom Jardim de Minas, na Zona da Mata mineira. Nesta
segunda-feira (2), o delegado responsável pelo caso, Marcio Savino, contou que
um universitário de 22 anos planejou o crime e, junto com um comparsa,
assassinou as vítimas para conseguir R$ 300.
Segundo o
policial, o estudante de odontologia Miguel Pegoraro Guizarro Junior cobrou uma
dívida de Vinícius das Neves Antero, de 20 anos, que afirmou não ter dinheiro
para pagar. “Como o jovem disse que não tinha dinheiro, o estudante propôs
cometer um roubo e, se preciso, matar a vítima. Eles pensaram em assaltar um
taxista, foram até uma padaria, pegaram uma lista e ligaram aleatoriamente”,
explicou o delegado.
Natanael
José Landim foi buscar os passageiros, que solicitaram uma corrida até
Capelinha do Pacau, um distrito da cidade. Dentro do carro também estava a
pequena Gabriele, que costumava ir com o pai para corridas que fossem perto de
casa.
“No meio do
caminho, eles anunciaram o assalto e colocaram pai e filha dentro do
porta-malas. O Natanael tentou reagir e, nesse momento, um deles atirou. A
menina começou a gritar, e foi morta com um tiro na testa”, disse Savino.
Após os
crimes, eles passaram em um posto da cidade de Lima Duarte, compraram
combustível, foram para Santa Bárbara do Monte Verde e atearam fogo nos corpos.
Depois, eles voltaram para Lima Duarte e queimaram o veículo.
“Eles
conseguiram uma quantia inferior a R$ 300, pegaram um outro táxi e voltaram
para Bom Jardim de Minas, onde um deles residia. Conseguimos localizá-los
ouvindo testemunhas e com a quebra do sigilo telefônico de Natanael”, disse o
delegado.
Estudante frio
Durante os
depoimentos, conforme o delegado, o universitário se mostrou uma pessoa fria.
“O outro suspeito falou mais. O jovem de 20 anos chegou em matar a criança, mas
o universitário afirmou que, se ela não morresse, ele é que seria morto”,
explicou Savino.
O policial
afirmou que nenhum deles assumiu a autoria dos disparos, mas há indícios que o
estudante tenha matado. “A arma usada no crime foi encontrada no carro dele. O
universitário, que é do Rio de Janeiro, demonstrou ser uma pessoa muito fria”,
contou.
A dupla, que
já tinha antecedentes criminais, foi encaminhada ao Presídio de Andrelândia. Os
jovens podem responder por dois latrocínios, roubo seguido de morte, ocultação
de cadáver e dano do veículo. As penas somadas chegam a quase 50 anos de
prisão.