Novo governador de Minas toma
posse na manhã de hoje enfrentando o desafio de tornar realidade nos próximos
quatro anos as promessas feitas aos eleitores durante a campanha
Desde terça-feira estão montadas as estruturas para as solenidades. No
Palácio da Liberdade, haverá a transmissão do cargo
O economista Fernando Damata Pimentel (PT) assume hoje, às 9h, o
governo de Minas Gerais e entra para a história do seu partido como o primeiro
petista a ocupar o Palácio da Liberdade – uma alternância de poder depois de 12
anos de gestão do PSDB. Eleito em primeiro turno nas eleições de outubro, o
ex-prefeito de Belo Horizonte por dois mandatos e ex-ministro do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo Dilma Rousseff (PT)
teve o aval de 5,3 milhões de mineiros, que o escolheram nas urnas. Na equipe
anunciada na terça-feira – 22 secretários e seis dirigentes de órgãos da
administração indireta –, estão alguns de seus principais aliados ao longo da
carreira política.
Nos quatro anos em que estiver à frente do Executivo, Fernando
Pimentel e sua equipe terão o desafio de concretizar vários compromissos
firmados com diversos setores da sociedade em três meses de campanha eleitoral.
Entre eles, erguer 77 centros de especialidades médicas, criar 12 mil vagas na
Polícia Militar, tirar do papel o projeto de expansão do metrô de Belo
Horizonte, revitalizar o Anel Rodoviário da capital, universalizar a oferta de
ensino técnico e profissional, ampliar as ofertas de educação infantil e
renegociar a dívida estadual, orçada em R$ 71,5 bilhões e que sufoca o estado.
A primeira medida a ser adotada quando se sentar na cadeira de governador,
segundo o próprio Pimentel, será a criação de fóruns regionais de participação
popular, voltados para a definição das demandas de cada região do estado
Para tornar-se oficialmente o 47º governador do estado de Minas
Gerais, Pimentel passará por duas solenidades. A primeira delas será na
Assembleia Legislativa, onde ele e seu vice, Antônio Andrade (PMDB), serão
empossados oficialmente no cargo. Lá, a dupla passará em revista pelos Dragões
da Inconfidência, grupamento de honra da Polícia Militar, e será recebida por
uma comitiva de parlamentares, prefeitos, vice-prefeitos e presidentes de
câmaras municipais. A cerimônia será conduzida pelo presidente da Casa, Dinis
Pinheiro (PP) – candidato derrotado a vice-governador na chapa encabeçada por
Pimenta da Veiga (PSDB).
O Hino Nacional será cantado pelo rapper mineiro Flávio Renegado,
nascido e criado no Alto Vera Cruz, na Região Leste de Belo Horizonte. Fernando
Pimentel e Antônio Andrade entregarão suas declarações de bens e, em seguida,
será firmado o compromisso constitucional, com leitura do termo de posse,
assinado pelo novo governador e pelo seu vice. Ambos farão discurso na tribuna
da Assembleia Legislativa, de onde seguirão para a cerimônia de transmissão de
cargo no Palácio da Liberdade. No local, Pimentel receberá das mãos do
governador Alberto Pinto Coelho (PP) o Grande Colar da Inconfidência, símbolo
correspondente à faixa presidencial.
Telões O cortejo na alameda da Praça da Liberdade até o Palácio da
Liberdade – sede do governo mineiro até março de 2010 – será acompanhado por
políticos e aliados e pelo músico mineiro Sérgio Pererê. Durante o ato, telões
côncavos projetarão imagens de Minas Gerais. Para cantar o hino, foi convidada
a cantora mineira Titane. Pimentel fará o discurso como governador da sacada do
Palácio, quando fará um brinde com aliados – em substituição à longa e
tradicional fila de cumprimentos.
A previsão é de que as solenidades se encerrem pouco antes das 13h,
quando o governador seguirá para Brasília para acompanhar a posse da presidente
Dilma Rousseff (PT), reeleita para o cargo em outubro. Justamente em razão da
posse da aliada, Fernando Pimentel preferiu solenidades mais enxutas. Ele
dispensou, por exemplo, o uso do Rolls Royce Silver Wraith, ano 1953, no
trajeto entre a Assembleia Legislativa e o Palácio da Liberdade. O carro, de um
colecionador, foi usado pelos ex-governadores tucanos Aécio Neves e Antonio
Anastasia em suas cerimônias de posse.