Na última segunda-feira foi registrado um abalo de 3.2 graus
na Escala Richter na cidade. Dessa vez houve queda de energia e do sistema de
telefonia
Moradores de Montes Claros, no Norte de Minas, voltaram a
sentir tremores de terra por na manhã deste domingo. De acordo com as primeiras
informações, o abalo foi de maior intensidade do que o sentido na última
segunda-feira, quando o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília
(UnB) informou ter registrado um abalo de 3.2 graus na Escala Richter na
cidade. Testemunhas relataram abalos em três momentos pela manhã, um primeiro
tremor mais forte, às 10h40 e outros dois tremores secundários – conhecidos
como réplicas - às 10h48 e 11h47.
Dessa vez, moradores também sofreram com falta energia e
houve queda de funcionamento do sistema de telefonia. Com a queda de energia,
os semáforos não estão funcionando causando caos no trânsito da cidade. Boa
parte da cidade ficou sem luz por cerca de 40 minutos, o que prejudicou bares,
clubes e residências em diversos pontos de Montes Claros.
O abalo mais sentido por moradores da Vila Atlântica, região
onde foi identificada uma falha geológica apontada como causa do fenômeno. Na
sequência ocorreram os dois abalos de menor intensidade. O susto culminou em um
alto registro de chamadas no Corpo de Bombeiros, no entanto somente uma
ocorrência de dano foi registrada no Bairro Delfino, onde o teto de uma casa
caiu. Bombeiros estiveram no local e a casa foi interditada. Ninguém ficou
ferido.
O chefe do Observatório Sismológico da Universidade de
Brasília, Lucas Vieira Barros, disse que foram instalados sismógrafos que ainda
não fazem a transmissão de dados em tempo real. Como neste domingo não houve
expediente na instituição, não é possível precisar a magnitude do abalo.
Contudo, segundo ele, pelas informações levantadas por moradores o tremor foi
em torno de 3.5 na escala Richter.
No começo da semana, o Corpo de Bombeiros recebeu mais de 20
ligações com pessoas assustadas relatando o ocorrido. Porém, a Defesa Civil da
cidade não registrou feridos.
Montes Claros registra uma sequência de tremores nos últimos
três anos. O mais forte deles – de 4,2 de magnitude, ocorrido em 19 de maio de
2012 - motivou a instalação de estações sismográficas da Universidade de
Brasília (UnB) e da Universidade de São Paulo (USP), que passaram a monitorar
os fenômenos, em parceria com a Universidade Estadual de Montes Claros
(Unimontes). Em março de 2013, foi divulgado relatório dos estudos, que
confirmaram a causa dos sismos: trata-se de uma falha geológica de 3
quilômetros de extensão, situada a cerca 1,5 a 2 quilômetros de profundidade.