BRASÍLIA - O
presidente da CUT, Vagner Freitas, ameaçou com uma greve geral em todo o País
se o projeto de terceirização for votado no Senado Federal sem mudanças
negociadas e debatidas com a sociedade. Após reunião com o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o dirigente da CUT disse que as centrais
sindicais propuseram um novo projeto por meio de um acordo político entre os
partidos para a construção de uma "alternativa negociada", sem que a
discussão seja movida por "determinados lobbies".
As centrais
pediram a Calheiros que sejam realizadas audiências públicas e que a votação do
projeto não tenha prazo estabelecido para terminar como ocorreu durante a
tramitação na Câmara dos Deputados.
"Se
tudo isso não funcionar, que fique claro que a CUT é uma central sindical de
mobilização. Se nada disso funcionar, vamos solicitar o veto da presidente e,
para auxiliar o veto, vamos fazer um greve no Brasil contra o projeto",
advertiu o presidente da CUT, acrescentando que a central pretende que a
proposta seja resolvida por um processo de negociação.
Freitas
disse que o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados representa uma
precarização do mercado de trabalho no País e uma volta das regras para 60 anos
atrás, "antes de Getúlio Vargas". "É fazer com as empresas não
tenham responsabilidade com os trabalhadores", atacou.
Reunião
histórica. Vagner Freitas classificou a reunião com Renan Calheiros e as
centrais sindicais de "histórica". Renan se comprometeu com um
processo democrático de debate, com o projeto passando pelas comissões, sem
compromisso com prazos estabelecidos e galerias do plenário abertas para o povo
assistir a votação. "Não há nenhum compromisso com prazos que outros
fizeram", disse ele, num crítica ao processo de votação na Câmara
conduzido pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O dirigente
da CUT disse que a regulamentação do mercado de trabalho do jeito que foi
aprovada pela Câmara é ruim para o País, num momento em que é preciso ter
arrecadação e crescimento econômico. "Esse projeto não traz nenhuma
arrecadação", ressaltou.