Cada um dos
quatro suplentes da Mesa Diretora da Câmara tem 11 funcionários à disposição
para o exercício da função. Por ano, o valor gasto só com os salários deles
chega a R$ 5,7 milhões
Brasília –
Secretários substitutos da Mesa Diretora, os suplentes têm uma estrutura
milionária para a contratação de funcionários a fim de os ajudarem durante o
mandato. Além da verba de R$ 92 mil da cota de exercício parlamentar, o Cotão,
que os quatro deputados federais têm para contratar comissionados e custear as
despesas dos gabinetes, cada um ainda pode empregar 11 servidores para atender
nas suplências. As despesas com os 44 funcionários custam R$ 11,5 milhões nos
dois anos de mandato que têm na Mesa.
Na função de
substituir os titulares quando necessário, os suplentes podem passar todo o
mandato sem contribuir com as decisões da Mesa Diretora. Tudo depende da
iniciativa do titular em se ausentar ou participar ativamente das negociações
administrativas. A Mesa tem, por atribuição, conduzir os trabalhos legislativos
e administrativos da Casa. É um colegiado, integrado por sete deputados eleitos
entre os parlamentares da Casa. Esse grupo tem competências específicas, como,
por exemplo, promulgar, ao lado da Mesa do Senado, as emendas à Constituição e
de propor alterações ao Regimento Interno.
Diferentemente
dos gabinetes parlamentares, a estrutura das suplências é fixa. O congressista
não recebe uma verba para empregar e manter as despesas, mas sim deve encaixar
seus servidores dentro das vagas disponíveis. A deputada federal Luiza Erundina
(PSB-SP) confessou que chegou a estranhar o tamanho da estrutura oferecida ao
assumir o mandato de terceira suplente no início de fevereiro. “Logo no início
eu estranhei mesmo, mas a partir do momento em que comecei a participar das
reuniões da Mesa e vi a adversidade das matérias, percebi a necessidade e acho
que poderia, inclusive, criar uma distribuição das competências das secretarias
com as suplências”, considerou.
Erundina
afirma que – apesar de ocupar uma cadeira de substituta – participa ativamente
dos encontros da Mesa Diretora e coloca sua opinião, mesmo quando não pode
contribuir para as decisões devido à presença do titular. “Fui contra o ato que
beneficiava as mulheres dos parlamentares com passagens aéreas”, admitiu a
deputada. Ela considera também que suplência é uma maneira de oferecer
representatividade às minorias na Mesa Diretora. “É uma oportunidade de eles
ocuparem a Mesa, que geralmente fica nas mãos só dos grandes partidos”,
afirmou.
Se
considerar que a legislatura parlamentar é de quatro anos, os gastos com as
suplências nos dois mandatos da Mesa durante esse período chega a R$ 23,1
milhões. Por ano, o valor gasto só com os salários nas quatro unidades fica na
casa de R$ 5,7 milhões. Isso porque cada gabinete pode contratar três vagas CNE
7 (com vencimento de R$ 16.405,20 cada uma), três comissionados CNE 9 (com
remuneração de R$ 11.466 cada um), dois servidores CNE 11 (R$ 7.100,10 cada um)
e três CNE 13 (R$ 4.465,13 cada um). Anualmente, cada unidade terá uma despesa
com salários e 13º de R$ 1.445.719,47.
Atual quarto
suplente da Mesa, o deputado Ricardo Izar (PSD-SP) concorda que o gabinete
poderia ser mais enxuto. Ele também afirmou ter ficado “surpreso” com o tamanho
da estrutura. “Na verdade, (a suplência) é um cargo de expectativa, que não
precisaria realmente de uma grande estrutura. Os funcionários que temos lá
acabam atendendo mais às demandas da liderança do partido, do departamento
jurídico do PSD. Como suplentes, participamos das reuniões da Mesa Diretora e,
vez ou outra, o presidente nos delega alguma missão. Mas realmente é pouco. Eu
fiquei surpreso. Nem sabia que havia uma estrutura desse tamanho”, disse à
reportagem. Procurados, os demais suplentes, os deputados Mandetta (DEM-MS) e
Gilberto Nascimento (PSC-SP), não se manifestaram.
Suplência em
números
R$
23.131.511,32
É o gasto só
com a contratação dos 44 servidores nas suplências se considerados os dois
mandatos da Mesa Diretora em uma legislatura da Câmara
R$
11.565.756
Valor que os
quatro suplentes gastam se preencherem todas as vagas a que têm direito nas
suplências durante o mandato de dois anos na Mesa
R$
1.445.719,47
É quanto
custam os 11 servidores (levando em consideração os 12 salários, acrescido da
13ª remuneração) por ano em cada uma das salas das suplências
Cargos e
remunerações
Os suplentes
têm direito a três vagas de CNE 7 (com vencimento de R$ 16.405,20 cada uma),
três vagas de CNE 9 (com remuneração de R$ 11.466 cada uma), duas de CNE 11 (R$
7.100,10) e três de CNE 13 (R$ 4.465,13). Deputados
suplentes da Mesa Diretora da Câmara têm gastos extras de R$ 5,7 mi por ano
Cada um dos
quatro suplentes da Mesa Diretora da Câmara tem 11 funcionários à disposição
para o exercício da função. Por ano, o valor gasto só com os salários deles
chega a R$ 5,7 milhões
Brasília –
Secretários substitutos da Mesa Diretora, os suplentes têm uma estrutura
milionária para a contratação de funcionários a fim de os ajudarem durante o
mandato. Além da verba de R$ 92 mil da cota de exercício parlamentar, o Cotão,
que os quatro deputados federais têm para contratar comissionados e custear as
despesas dos gabinetes, cada um ainda pode empregar 11 servidores para atender
nas suplências. As despesas com os 44 funcionários custam R$ 11,5 milhões nos
dois anos de mandato que têm na Mesa.
Na função de
substituir os titulares quando necessário, os suplentes podem passar todo o
mandato sem contribuir com as decisões da Mesa Diretora. Tudo depende da
iniciativa do titular em se ausentar ou participar ativamente das negociações
administrativas. A Mesa tem, por atribuição, conduzir os trabalhos legislativos
e administrativos da Casa. É um colegiado, integrado por sete deputados eleitos
entre os parlamentares da Casa. Esse grupo tem competências específicas, como,
por exemplo, promulgar, ao lado da Mesa do Senado, as emendas à Constituição e
de propor alterações ao Regimento Interno.
Diferentemente
dos gabinetes parlamentares, a estrutura das suplências é fixa. O congressista
não recebe uma verba para empregar e manter as despesas, mas sim deve encaixar
seus servidores dentro das vagas disponíveis. A deputada federal Luiza Erundina
(PSB-SP) confessou que chegou a estranhar o tamanho da estrutura oferecida ao
assumir o mandato de terceira suplente no início de fevereiro. “Logo no início
eu estranhei mesmo, mas a partir do momento em que comecei a participar das
reuniões da Mesa e vi a adversidade das matérias, percebi a necessidade e acho
que poderia, inclusive, criar uma distribuição das competências das secretarias
com as suplências”, considerou.
Erundina
afirma que – apesar de ocupar uma cadeira de substituta – participa ativamente
dos encontros da Mesa Diretora e coloca sua opinião, mesmo quando não pode
contribuir para as decisões devido à presença do titular. “Fui contra o ato que
beneficiava as mulheres dos parlamentares com passagens aéreas”, admitiu a
deputada. Ela considera também que suplência é uma maneira de oferecer
representatividade às minorias na Mesa Diretora. “É uma oportunidade de eles
ocuparem a Mesa, que geralmente fica nas mãos só dos grandes partidos”,
afirmou.
Se
considerar que a legislatura parlamentar é de quatro anos, os gastos com as
suplências nos dois mandatos da Mesa durante esse período chega a R$ 23,1
milhões. Por ano, o valor gasto só com os salários nas quatro unidades fica na
casa de R$ 5,7 milhões. Isso porque cada gabinete pode contratar três vagas CNE
7 (com vencimento de R$ 16.405,20 cada uma), três comissionados CNE 9 (com
remuneração de R$ 11.466 cada um), dois servidores CNE 11 (R$ 7.100,10 cada um)
e três CNE 13 (R$ 4.465,13 cada um). Anualmente, cada unidade terá uma despesa
com salários e 13º de R$ 1.445.719,47.
Atual quarto
suplente da Mesa, o deputado Ricardo Izar (PSD-SP) concorda que o gabinete
poderia ser mais enxuto. Ele também afirmou ter ficado “surpreso” com o tamanho
da estrutura. “Na verdade, (a suplência) é um cargo de expectativa, que não
precisaria realmente de uma grande estrutura. Os funcionários que temos lá
acabam atendendo mais às demandas da liderança do partido, do departamento
jurídico do PSD. Como suplentes, participamos das reuniões da Mesa Diretora e,
vez ou outra, o presidente nos delega alguma missão. Mas realmente é pouco. Eu
fiquei surpreso. Nem sabia que havia uma estrutura desse tamanho”, disse à
reportagem. Procurados, os demais suplentes, os deputados Mandetta (DEM-MS) e
Gilberto Nascimento (PSC-SP), não se manifestaram.
Suplência em
números
R$
23.131.511,32
É o gasto só
com a contratação dos 44 servidores nas suplências se considerados os dois
mandatos da Mesa Diretora em uma legislatura da Câmara
R$
11.565.756
Valor que os
quatro suplentes gastam se preencherem todas as vagas a que têm direito nas
suplências durante o mandato de dois anos na Mesa
R$
1.445.719,47
É quanto
custam os 11 servidores (levando em consideração os 12 salários, acrescido da
13ª remuneração) por ano em cada uma das salas das suplências
Cargos e
remunerações
Os suplentes
têm direito a três vagas de CNE 7 (com vencimento de R$ 16.405,20 cada uma),
três vagas de CNE 9 (com remuneração de R$ 11.466 cada uma), duas de CNE 11 (R$
7.100,10) e três de CNE 13 (R$ 4.465,13).