Myriam de Rezende Castro era considerada foragida pela Seds.
Grávida de gêmeos, ela está internada há um mês em uma
maternidade.
A médica Myriam Priscilla de Rezende Castro - presa por mandar
cortar o pênis do ex-noivo em 2002 – está internada na Maternidade Otaviano
Neves, no bairro Santa Efigênia, na Região Leste de Belo Horizonte. A mulher,
considerada foragida desde o dia 28 de janeiro, foi encontrada pela polícia na
noite deste sábado (21) por meio de uma denúncia anônima.
Segundo a Polícia Militar (PM), Myriam Priscilla de Rezende
Castro está internada no hospital há um mês. Ela está grávida de gêmeos de um
namorado. Segundo o advogado da médica, Geovanni Caruso, ao sair da
Penitenciária Estevão Pinto para trabalhar, Myriam passou mal e foi levada para
a maternidade. Ainda de acordo com o defensor, a gravidez dela é de risco. Um
pedido de prisão domiciliar já teria sido feito. Para ele, isso prova que a
Seds não trabalha em conjunto com o sistema judiciário. O advogado garantiu que
o juiz responsável pelo caso está ciente de todas as informações.
A Subsecretaria de Administração Prisional informou que o
advogado não apresentou nenhum documento ao sistema prisional confirmando a
internação da cliente dele. O órgão disse também que Myriam nunca permitiu ser
avaliada pelos médicos da penitenciária e não apresentou exames clínicos que
comprovassem a gravidez.
Myriam será escoltada pela PM até que a Subsecretaria de
Administração Prisional (Suapi) assuma o caso. Segundo o hospital, não há
previsão de alta.
Foragida
Neste sábado (21), a Secretaria de Estado de Defesa Social
(Seds) havia informado que Myriam estava foragida há quase um mês. Ainda de
acordo com o órgão, ela tinha autorização da Justiça para trabalho externo.
Myriam foi presa no dia 1º de abril de 2014, em Pirassununga
(SP). A condenação só foi determinada pela Justiça em 2013, depois de vários
recursos impetrados pela defesa da médica. Ela cumpria pena na unidade
prisional desde 2 de abril de 2014.
A médica trabalhava em um hospital desde julho do ano
passado. O nome da instituição não foi divulgado. Mas, em setembro de 2014, o
advogado Paulo Fernando de Souza Carvalho, que defendeu a médica durante o
processo criminal, afirmava que, embora tivesse sido condenada a seis anos de
prisão, a médica cumpria um dos dispositivos do semiaberto que era o direito ao
trabalho.