O Jornal Coruja do Vale está vivendo e convivendo no Vale do
Jequitinhonha em todas três micro regiões, cada dia ou instante, vê, entrevista,
ou ouve comentários sobre fatos que ocorrem no dia-a-dia dessa gente. Entre
estes, aproxima com maior rapidez dos casos prioritários, como saúde, educação
e segurança, sem deixar de assistir ou estar de perto a tudo aquilo que ocorre
neste território.
Na pauta da saúde voltamos a
atenção neste artigo por uma ação profissional que traz riscos a saúde da
mulher no que diz respeito à beleza.
Existem vários salões e
profissionais na região, a escolhida para esta entrevista foi Aracy Victa (mais conhecida como Cysa, foto ao lado), residente
e estabelecida em Araçuaí-MG, profissional esta, com 25 anos de experiência e
formação Técnica em Cosmetologia e Princípios Ativos.
Os perigos causados pelo formol dos
alisamentos de cabelo
Conheça todos os riscos que o formol dos alisamentos de cabelo causa à
saúde e entenda melhor as técnicas que deixam os fios lisos
Que o formol dos alisamentos é um vilão da saúde e dos fios todo mundo já sabe. Entretanto, pouco se
fala sobre os riscos efetivos que a substância pode causar. Conheça melhor cada
um deles e proteja-se!
Formol, nem pensar!
O emprego dessa substância como alisante é proibido pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária. Segundo o órgão, o componente só é permitido
como conservante adicionado durante o processo de fabricação nas indústrias,
com concentração máxima de 0,2%. Por isso, toda atenção é pouca: para ter
efeito alisante, é utilizado em doses elevadas, acarretando sérios danos à
saúde de quem o prepara, aplica e recebe.
Nenhum alisante do mercado, que tenha como base esse ativo, recebe o
registro do órgão (ANVISA). Sendo assim, sua composição não foi avaliada e
aprovada e o produto é ilegal.
O formol é considerado cancerígeno pela Organização Mundial de
Saúde (OMS). "Quando absorvido pelo organismo por inalação ou exposição
prolongada, apresenta risco de câncer na
boca, nas narinas, no pulmão, no sangue e na cabeça", enfatiza Cisa.
"Muitas mortes já ocorreram pelo efeito tóxico agudo. E, apesar
da proibição, ele continua sendo utilizado de maneira disfarçada em produtos ou
nas escovas progressivas", completa a profissional.
Para saber se um alisante tem ou não formol, basta cheirá-lo: o odor é
característico. Em contato com a pele, causa vermelhidão, dor e queimaduras.
Nos olhos, a reação é parecida, além de ocorrer lacrimação, visão embaçada e,
no caso de altas concentrações, danos irreversíveis. A inalação ainda provoca
dor de garganta, tosse, tontura, irritação no nariz e perturbações na
respiração, levando a edema pulmonar e pneumonia.
Ação pontual
Talvez você esteja se perguntando: mas como as formulações para
alisamento conseguem mudar a estrutura do cabelo crespo?
A explicação é simples.
A forma dos cabelos é dada pelas pontes de hidrogênio e sulfeto. Tais
produtos quebram essas pontes, fazendo com que o fio perca sua aparência
original. "As pontes de hidrogênio são quebradas mais facilmente por meio
do aquecimento. Por isso, quanto você faz uma escova ou usa a chapinha, o fio
alisa", explica Adriano Almeida (SP), dermatologista e tricologista,
diretor da Sociedade Brasileira do Cabelo e professor da Fundação Pele
Saudável.
Outra dúvida comum é a diferença entre alisamento e relaxamento. O
primeiro é mais forte e o segundo mais leve, e o que muda durante o processo é
a concentração do agente alisante ou o tempo que este permanece em contato com
o fio. "Quanto maiores as doses de um ou de outro, mais escorrido será o
resultado - e mais chance, também, de danificar o cabelo", observa
Maurício Pupo. "Parte da fibra capilar é destruída para que assuma uma
nova conformação. O efeito cáustico atinge as camadas externas e internas do
fio."
Todo o cuidado é pouco
Mesmo que o alisamento seja feito corretamente, com o produto
adequado, é possível que os fios apresentem algum estrago, como desidratação,
falta de brilho, quebra... Por isso é sempre recomendável usar cremes, máscaras
e silicones reparadores - há linhas especiais para a manutenção de alisamentos.
É aconselhável pelos Tricologistas e Dermatologistas, hidratações e um
tratamento à base de queratina (queratinização) a cada 15 ou 20 dias.